sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Planeta dos Macacos: A origem

Ave Ceasar 


Direção: Rupert Wyatt 
Título original: Rise of the Planet of the Apes 
Duração: 105 min 
Idioma: Inglês 
Lançamento: Ago/2011 

A maior inovação para a cerimônia do Oscar de 2012 deve ser a nomeação de um chimpanzé para a categoria de melhor ator. Ceasar, o protagonista de Planeta dos Macacos: A Origem é um dos melhores personagens do ano e a prova cabal de que a tecnologia digital já atingiu estágio tal que permite transformar qualquer ideia em imagens - talvez por isso, finalmente as estórias que só faziam sucesso nos quadrinhos estão conseguindo o mesmo na sétima arte. 

A evolução de Ceasar é emocionante e vale certamente o ingresso do cinema, ainda que os 105 minutos de projeção do filme sejam muito menos do que a estória e o personagem mereçam. O tempo se esvai despercebido entre as acrobacias e o gênio estratégico-militar do "general". 

Ceasar foi criado de maneira tão realista que causa aquela estranheza natural ao vermos algo que foge dos nossos parâmetros esperados. No caso, o quanto de humanidade esperamos ver em um chimpanzé. Andy Serkis, o Gollum de O senhor dos Anéis e o King Kong do homônimo filme, confere tanta vida e emoção ao macaco que fica muito evidente que o resto dos atores, incluindo o simpático James Franco e a bela Freida Pinto, estão interpretando e seus personagens ficam parecendo mais caricaturas do que seres humanos. 

Infelizmente o tom moralista, os exageros, os dilemas preto-no-branco e a epidemia do "atingindo todos os públicos" que já conhecemos típicas do cinema norte-americano estão lá e limitam consideravelmente o potencial do filme:

- Personagens caricatos como o ganancioso diretor de empresa, o funcionário público corrupto, o cientista idealista e outros marcam presença; 
- Não há espaço para dúvidas, o roteiro escolhe um lado na briga natureza vs seres humanos e não permite que qualquer tom de cinza confunda o expectador;
- Assim como o recente Capitão América, é um filme asséptico em que a violência é velada e o sangue fica de fora (mesmo com gorilas gigantescos e rancorosos soltos pela cidade);

Contudo, ainda que seja praticamente um desenho da Disney dos anos 80 no formato, Planeta conta também com um diretor que soube contar a estória da melhor forma possível, uma resolução interessante e, não cansa lembrar, um surpreendente protagonista.

No mais, só para constar e informar, vale dizer que A origem explica como o mundo se transformou no planeta dominado por símios em que Charlton Heston caiu em 1968 e Mark Wahlberg em 2001, seja ele uma realidade alternativa ou o nosso próprio planeta em um futuro não muito distante.

Enfim, aparte os personagens humanos unidimensionais e o tom moralista ou moralizante do filme, Planeta dos Macacos: A origem é diversão garantida no cinema e altamente recomendado para qualquer tipo de expectador. 

Longa vida a Ceasar!

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