segunda-feira, 30 de julho de 2007

A mão do diabo

Faltou direção

Direção: Bill Paxton
Título Original: Frailty
Duração: 100 min
Idioma: Inglês
Lançamento: Abr/02

Terror é um gênero que está sempre carecendo de boas produções e, na falta de boas alternativas recentes que eu já não tivesse assistido, resolvi procurar na net dicas de filmes mais antigos que eu tivesse deixado passar na época. Uma lista qualquer de "os melhores" colocou entre os seus cinquenta melhores essa pérola, A mão do diabo, estréia de Bill Paxton como diretor. Daí vem a explicação para uma resenha de um filme de 2002 que está longe, bem longe, de ser um clássico.

Acredito que se você for ignorar completamente detalhes técnicos como direção, atuação, fotografia e outros, até há uma boa estória a ser contada em algum lugar, ou seja, se eu tivesse apenas lido o roteiro ou se alguém tivesse me contado a estória eu talvez tivesse gostado. Assistir ao filme, no entanto, exige muito mais paciência do que a relativa criatividade e qualidade do roteiro mereceria. 

Matthew McConaughey não tem o perfil para o papel de narrador que lhe cabe - convenhamos que ele não é um ator de verdade e só funciona quando seu tipo físico e personalidade são idênticos aos necessários para o papel - e Bill Paxton até se esforça, mas iluminação, efeitos, edição, escolha de ângulo de câmeras, tudo, absolutamente tudo, conspira contra qualquer esforço de dar credibilidade a seu personagem e a sua atuação - é o diretor Paxton sabotando o ator Paxton.

Não tenho como saber se foi deliberada a escolha de fazer com que o filme ficasse com o amadorismo de um daqueles feito direto para a TV ou com a qualidade daqueles da sessão da tarde da minha infância nos anos oitenta - boa parte da estória, afinal, se passa nessa época. O que importa é que o resultado é, por falta de um vocabulário mais amplo para me expressar: tosco, simplesmente tosco. Transições de cena com "fade-out" estilo apresentação de powerpoint, trilha sonora requentada de filmes antigos de terror, takes preguiçosos com a câmera sempre com o mesmo tipo de enquadramento, iluminação equivocada e muitos outros erros (ou escolhas deliberadas completamente sem sentido) afundam completamente o filme.

Só não leva a nota mínima, porque realmente o roteiro até que tem seu valor.

Em tempo, a sinopse: homem religioso no interior dos EUA acredita ter recebido uma missão de deus para matar demônios e ele e seus dois filhos, uma criança e um adolescente, começam a deixar uma trilha de sangue enquanto cumprem a vontade do Senhor.

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