quarta-feira, 12 de maio de 2010

Siege - Embedded #1-4

Direto da Frente de Batalha


Editora: Marvel Comics
Publicação: Mar-Mai/10
Roteiro: Brian Reed
Arte: Chris Samnee

As histórias da série "Front Line" que surgiram durante Guerra Civil e reaparecem toda vez que um novo grande evento assola o Universo Marvel (Invasão Secreta, Hulk contra o Mundo, e agora O Cerco) são uma das maneiras da Marvel de manter seu "diferencial competitivo" em relação à Distinta Concorrência: uma abordagem mais realista e pé-no-chão das aventuras de super-heróis. Havia lido apenas a de Guerra Civil e considerei Front Line muito superior às estórias do evento em si.

Infelizmente não dá pra dizer a mesma coisa de “Embedded” (expressão que designa repórteres escolhidos para acompanhar o exército durante uma guerra). Não que a história seja ruim, mas ela não alcança o mesmo nível de discussão sócio-filosófica de sua antecessora e acaba sendo "apenas" uma perspectiva não-heróica do evento. Isso tem seu valor, mas eu esperava mais.

Dessa vez, o roteirista tem apenas um ponto: alertar sobre os perigos da manipulação da mídia durante um conflito militar. Seu vilão é mais desprezível que o próprio Osborn. De resto, ele precisa ainda matar muito tempo durante quatro longas edições com cenas de ação desnecessárias e incoerências (ou, no mínimo, escolhas duvidosas) gritantes no roteiro.

O exemplo mais claro desses problemas é o fato de Volstagg andar livremente de um lado para o outro, considerando que ele é, em tese, o culpado por uma tragédia do nível 11 de Setembro. Antes mesmo do cerco à Asgard, esperava-se que no mínimo detivessem o deus glutão. Aparentemente nenhum dos roteiristas da Marvel queria lidar com o assunto e partir logo para ação na cidade dourada, sobrou pra Brian Reed que, infelizmente,  resolveu simplesmente colocar Volstagg em uma road trip com os jornalistas ao invés de tomar providências mais cabíveis.

A arte de Samnee é confusa e torna difícil identificar o que exatamente está acontecendo em alguns quadros. E, em todos os outros quesitos, Embedded poderia também ser bem melhor. Ainda assim o título tem seus bons momentos e ajuda a complementar o mega-evento com um necessário viés "humano".

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