quarta-feira, 12 de maio de 2010

Siege #1-4

O Zênite de uma Era

Editora: Marvel Comics
Publicação: Mar-Jun/10
Roteiro: Brian Michael Bendis
Arte: Olivier Coipel

Nos quesitos abrangência e "grandiosidade", Siege conseguiu atingir tudo o que queria: vemos a batalha de vários ângulos diferentes, temos envolvimento relevante de boa parte do elenco Marvel, personagens importantes morrem, personagens importantes fecham seu ciclo e o Universo Marvel como um todo muda completamente seu status quo.

Agora, quando você olha como história em si, não há muito acontecendo aqui. Descontando o "prólogo" em Dark Avengers com a queda de Sentry, a história não vai muito além de sua própria sinopse: Volstagg se envolve em um evento similar ao que deu início à Guerra Civil e com isso Norman invade Asgard - Deuses e heróis entram numa batalha contra os Dark Avengers, HAMMER, a Iniciativa e os Thunderbolts. Siege não evolui muito além disso.

A maioria dos autores, sabendo que não tinha como efetivamente contar histórias dentro desse contexto, aproveitou para desenvolver personagens ou fechar pontas soltas (no caso de títulos que estavam sendo encerrados durante Siege). Foi isso que aconteceu em New Avengers, Thunderbolts, Dark Wolverine e na maioria dos One-Shots.

Em relação às quatro edições em si, o resultado ficou bastante truncado e cenas muito relevantes parecem apressadas. Isso acontece porque depois aquela mesma cena vai acabar aparecendo em pelo menos mais uns três títulos diferentes ou no mínimo em uma em que ela é ponto central (ex. a morte de Sentry nas mãos de Thor que é melhor desenvolvida no título do deus do trovão). Isso deixa Siege com cara de "melhores momentos" e às vezes não parece que é uma história que se basta em si mesma.

Algumas observações; particularmente, gostava muito de Ares e fiquei triste com a sua morte, ainda mais da maneira apressada que aconteceu e que nenhum outro título desenvolveu melhor. O Sentry também era um conceito fantástico, mas em um universo em que Homem-Aranha, Capitão América e Wolverine são as grandes estrelas, personagens como ele (ex. Feiticeira Escarlate e Fênix) estão sempre fadados à loucura ou à morte (ou ambos). Thor sobrevive porque volta e meia diminuem o seu nível de poder dele ou então o mantém dentro de seu universo mitológico, onde os outros seres conseguem rivalizá-lo.

Enfim, Siege foi um evento grandioso que fechou satisfatoriamente um período fantástico de mais de sete anos em que o Universo Marvel deu uma respirada criativa e os autores puderam trabalhar num contexto diferente de tudo que veio antes. Um universo com heróis brigando entre si (Guerra Civil e Hulk contra o Mundo), seguido de mais paranóia e desconfiança entre os que restaram (Invasão Secreta) e finalmente os vilões se tornando os protagonistas das séries (Reino Sombrio).

Agora é esperar para ver o que a Era Heróica nos reserva. Voltaremos às histórias mais ingênuas, simples e divertidas dos anos 80? Ou às histórias exageradas, rocambolescas, exageradamente interconectadas dos anos 90? Uma coisa é certa: os autores vão ter que ser muito criativos para construírem um nível de ameaça e tensão para os Vingadores e Cia. que rivalize com o que a gente teve nessa primeira década do século 21.

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